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A FILHA DE MARIA ANGU - ATO I - CENA X

Cena X
Bitu, depois Babu

BITU - Então, seu redator do Imparcial, sabe você o que acaba de fazer? Nada menos que vender a sua pena! Vendê-la, sem! Mas em que há nisto mal? Para velhaco, velhaco e meio. Eu gostava da Chiquinha Valsa como se pode gostar de uma mulher bonita. É a brasileira mais francesa que eu conheço! Ela andava também pelo beicinho, e, durante o tempo em que isso durou, passei uma vida de Lopes. Um dia apareceu este subdelegado em casa dela. Eu disse-lhe que não a queria em companhia de um matuto... Palavra puxa palavra... zangamo-nos... ela foi para a Europa... e o resultado foi perder eu a mina! Resolvi vingar-me deste tipo! Vim para cá, fundei o Imparcial, tenho-lhe dado bordoada de criar bicho, e agora obrigo-o a gastar cinco contos de réis para tapar-me a boca. Isto é o que se chama habilidade, e o mais são histórias!
BABU (Correndo) - Saia! Depressa! Depressa! Aí vem toda gente! (Reparando.) Uê! Sinhazinha já foi?
BITU - Já. Vai ter com ela, e dize-lhe de minha parte que já achei o pretexto que procurávamos.
BABU - O ... quê?
BITU - Pretexto. Não se pode falar com gente inculta!
BABU (Repetindo a palavra para lembrar-se.) - Pretexto... pretexto... pretexto... pretexto... (Sai. Rumor fora.) BITU - Eles aí vêm! Coragem, Bitu! Um homem é um homem!...