Cena XV
Os mesmos, o Escrivão, que entra e observa cautelosamente tudo quanto se passa
Coplas
I
CLARINHA (Lendo o jornal.) - Esta maldita freguesia
De um grande abismo à beira está
Não tem o povo garantia,
Moralidade aqui não há!
O famoso subdelegado
Do cargo seu não quer cuidar,
Porque leva esse desgraçado
Todas as noites a jogar!
É isto, leitores, pregar no deserto,
E não vale a pena, não vale, decerto,
Qu'rer dar remédio a tanto mal
No independente Imparcial!
CORO - É isto, leitores, pregar no deserto, etc.
O ESCRIVÃO (À parte.) - Ora espera! (Sai.)
II
CLARINHA - Conquanto viúvo e já cansado,
E com três filhas a educar,
Tem o Senhor Subdelegado
Uma mulher particular.
Lá na Corte essa tipa mora,
Casa de muito luxo tem...
Tudo quanto ela deita fora
Paga este povo e mais ninguém!
É isto, leitores, pregar no deserto, etc.
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A FILHA DE MARIA ANGU - ATO I - CENA XV
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