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O CALIFA DA RUA SABAO - CENA IV

CENA IV

JOSEFINA, só.

JOSEFINA -- Ah! Voilà un chinois de turc qui me embête.
(Apresentando-se.) Josefina Bataille; ex-modista no Rio de Janeiro e ex-
artista em Constantinopla. Não sou circassiana, mas parisienne! NoRiode
Janeiro apaixonei-me por umgarçon d'hotel: José, o meu José! Enganada
por ele, resolvi expatriar-me. Em Paris, deu-me a mosca e fui para
Constantinopla em companhia de uma companhia de zarzuela-buffe.
Ferraram-nos a mais tremenda pateada. Ficamos todos a tocar leques por
bandurra. Mas um dos nossos atores, um espertalhão, descobriu um turco
que, tendo de embarcar daí a dias para o Rio de Janeiro, pretendia levar
consigo algumas escravas. Disse comigo. Estou arranjada!Ohomempaga-me
a passagem, e logo que chegarmos ao Rio de Janeiro, tomo às de vila-diogo.
Agradei-lhe, e ele comprou-me por dois mil e quinhentos francos,
que embolsei. Embarcamos.. . chegamos... e, no momento em que eu me
dispunha a passar-lhe o pé, abre esta janela, diz-me: -- Estamos em Túnis!
O animal mudará de resolução? Estamos em Túnis, debaixo do pavilhão
maometano, e pela lei, sou sua escrava! Que posição! E o diabo é que o
diabo torna-se exigente como o diabo! Já começa a agitar o lenço.
(Remonta.)