Cena III
Sampaio, só
SAMPAIO - Cá estou. Vejo que fui o primeiro a chegar.Parece-me que estou bem disfarçado... Vejamos se esqueci de alguma coisa, pois tenho andado com a cabeça à razão de juros. (Tira uma carta da algibeira e lê.) "Senhor Sampaio" (Declama) Ela escreve Sampaio com o cedilhado! (Lê) "O senhor é enganado. Se quer saber quem é o amante de sua amante, esteja hoje à noite na festa do Espírito Santo, em Maria Angu. Vá disfarçado e leve os olhos bem abertos. - Clarinha" (Declama.) Clarinha! É ela, a noiva do Barnabé, essa bonita rapariga que daqui levei com intenção perversa, e me foi roubada pela Chica, que a entregou ao Barão de Anajá-mirim. Foi bem feito. O Barão encheu-a de presentes, porém, mal tinha trocado quatro palavras com a pequena, reconheceu que era pai dela, e naturalmente arrepiou carreira! Disse lá consigo: Nada! uma pequena que tem dois futuros e ainda aceita presentes, não é digna de ser minha filha! mas, Clarinha, que se mostrava tão amiga da Chica, escrever-me agora contra ela! À custa de quem quererá divertir-se esta moça? À minha? Mas sou muito grande para palito. Que horas serão? Ali no relógio da igreja é meia noite há oito anos. meia noite ou meio dia. Creio que a impaciência fez-me vir antes de tempo... Se eu visse a Clarinha... (Saindo pela esquerda.) procuremo-la. (Sai)
ARTUR DE AZEVEDO - BIOGRAFIA RESUMIDA
Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (São Luís, 7 de julho de 1855 - Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1908) foi um dramaturgo, poeta, contis...
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