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A FILHA DE MARIA ANGU - ATO II - CENA X

Cena X
Os mesmos, Barnabé, depois dois urbanos

(Música na orquestra.)
BARNABÉ (Sempre com a mala.)- Com licença! Já vim das figuras de cera. Mal empregados cinco tostões. Onde está minha noiva? (Enquanto Barnabé fala, Chica Valsa mete-lhe a pulseira no bolso: depois corre ao fundo e apita.)
SAMPAIO - Que é isto?
BARNABÉ - Que quer isto dizer?
CHICA VALSA (Gritando.) - Um gatuno! um gatuno!...
BARNABÉ - Onde está o gatuno, minha senhora? onde está o gatuno? Socorro! pega! Pega!... (Entram dois urbanos.)
CHICA VALSA (Aos urbanos, mostrando Barnabé.) - Camaradas, este homem introduziu-se em minha casa; é um gatuno! Vejam se ele não tem no bolso uma pulseira! (Os urbanos revistam os bolsos de Barnabé.)
BARNABÉ - Mas que é isto?! eu não sou gatuno!... Não me meta a mão no bolso! Onde já se viu isto?!...
CHICA VALSA - Prendam-no! (Os urbanos acham a pulseira e entregam-na a Chica Valsa.)
URBANOS - Venha... venha! (Desembainham os refes e arrastam Barnabé para fora. Cessa a música.)
SAMPAIO (À parte.) - Esta mulher é da pele do diabo! Eu safo-me, senão é capaz de me mandar também para a cadeia! (Sai apressado.)
CHICA VALSA - Venham... venham...
CLARINHA (Entrando.) - Dali vimos e ouvimos tudo.
BITU (Entrando.) - Para que prendê-lo?
CLARINHA - Que prisão esquisita!
CHICA VALSA (À parte.) - É quase meia noite: os rapazes não tardam... (Genoveva entra.) Clarinha, vai com a criada. Genoveva, leva esta moça para a saleta, onde passará a noite.
BITU (Á parte.) - Ela vai dormir aqui?!
CHICA VALSA - Deita-te, dorme bem, a amanhã conversaremos.